Joaquim Maria Machado de Assis |
Conhecemo-nos entre as linhas do seu conto Missa do Galo: “Não sabia odiar; pode ser até
que não soubesse amar”, assim conclui a descripção de um dos personagens,
Conceição. O encontro foi apaixonante.
Era Joaquim
Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 - Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908), o escritor carioca de
ascendência africana e portuguesa considerado o maior nome da literatura brasileira e um dos grandes gênios do âmbito
na história. Poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, jornalista e
crítico literário, escreveu em todos os gêneros. Além disso, foi um importante
relator e comentador dos acontecimentos políticos-sociais da sua época, momento
de mudanças relevantes em que a
República substituiu o Império.
Nasceu em
uma família pobre Machado. Entre os seis
e os catorze anos perdeu a sua única
irmã, a mãe e o pai.
Estudou numa
escola pública e não frequentou a universidade. Mas tinha um grande talento e
uma enorme força de vontade, que fizeram com que superasse toda adversidade.
Aliás, a sua superioridade intelectual o levou a assumir vários cargos
públicos, no Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas. No âmbito literário, a sua carreira
de escritor começou precocemente, por volta dos 16 anos, publicando poesias e
crônicas nos jornais locais enquanto trabalhava como aprendiz numa
tipografia. Na maduridade fundou a Academia Brasileira de Letras e foi o
seu primeiro presidente.
A extensa obra de Machado
de Assis é constituida por 9 romances, 9
peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas.
Os romances e contos anteriores à década
de 1880 revelam influências românticas, como Ressurreição
(1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Contos
Fluminenses (1870) e Histórias da
meia-noite (1873). A publicação do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) marca a segunda
etapa, com uma evidente mudança estilística e temática, e o escritor torna-se o
pai do Realismo no Brasil. A partir daí, a ironia, o pessimismo, o espírito
crítico e uma profunda reflexão sobre a sociedade brasileira viram as
principais características das suas obras. Dessa fase fazem parte Quincas Borba (1891), Dom Casmurro
(1899), Esaú e
Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis é considerado um dos grandes da
literatura universal, ao lado de Shakespeare, Dante Alighieri, Flaubert ou
Dostoievski. Infelizmente, como no caso
de outros importantes autores da literatura brasileira, o fato de ele ter
escrito em português, uma língua de poucos leitores, tornou difícil o seu
reconhecimento internacional. Foi a partir do final do século XX que as suas
obras começaram a ser traduzidas para o inglês, o francês, o espanhol e o
alemão, despertando interesse mundial.
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